terça-feira, 11 de setembro de 2012


Mais um ano lectivo se inicia e com ele novas actividades se avizinham...

Em época de vindimas, falemos de vinho.

 

História do Vinho em Portugal

Desde os tempos mais remotos, o vinho tem vindo a desempenhar um papel de relevo em quase todas as civilizações. "Fruto da videira e do trabalho do Homem", não é ultrapassado por nenhum outro produto da agricultura, aliando esse fruto saboroso e nutritivo à bebida privilegiada, precioso néctar, dele extraída. Repleto de simbologia, impregnado de religiosidade e de misticismo, o vinho surge desde muito cedo na nossa literatura, tornando-se fonte de lendas e inspiração de mitos. As expressões "dádiva de deuses", "Sangue de Cristo", e "essência da própria vida" atribuídas a este produto corroboram bem o papel do vinho na vertente cultural bem como a sua importância na nossa civilização.

 

Embora envolto em muitas dúvidas e mitos, pensa-se que a vinha terá sido cultivada pela primeira vez em terras da Península Ibérica (vale do Tejo e Sado), cerca de 2 000 anos a.C., pelos Tartessos. Os Fenícios, cerca do século X a.C., acabaram por se apoderar do comércio dos Tartessos, incluindo o respeitante aos vinhos. No século VII a.C. os Gregos instalaram-se na Península

Ibérica e desenvolveram a viticultura, dando uma particular atenção à arte de fazer vinho. Crê-se que no século VI a.C. os Celtas, a quem a videira já era familiar, teriam trazido para a

Península as variedades de videira que cultivavam. É também provável que tenham trazido técnicas de tanoaria. Os Celtas e os Iberos fundiram-se num só povo - os Celtiberos -, ascendentes dos Lusitanos, povo que se afirma no século IV a.C..

A romanização na Península contribuiu para a modernização da cultura da vinha, com a introdução de novas variedades e com o aperfeiçoamento de certas técnicas de cultivo, designadamente a poda. Nesta época, a cultura da vinha teve um desenvolvimento considerável, dada a necessidade de se enviar frequentemente vinho para Roma, onde o consumo aumentava e a produção própria não satisfazia a procura. Seguiram-se as invasões bárbaras e a decadência do Império Romano. É nesta época (séculos VI e VII d.C.), que se dá a grande expansão do Cristianismo (apesar de já ser conhecido na Península Ibérica desde o séc. II). O vinho torna-se então indispensável para o acto sagrado da comunhão. No início do Século VIII outras vagas de invasores se seguiram, desta vez vindas do Sul. Com a influência árabe começava um novo período para a vitivinicultura Ibérica. O Corão proibia o consumo de bebidas fermentadas, onde o vinho se inclui. No entanto, passado este período, entre os séculos XII e XIII, o vinho constituiu o principal produto exportado. Nos séculos. XV e XVI, no período da expansão portuguesa, as naus e galeões que partiram em direcção à Índia, um dos produtos que transportavam era o vinho. No período áureo que se seguiu aos Descobrimentos, os vinhos portugueses constituíam lastro nas naus e caravelas que comercializavam os produtos trazidos do Brasil e do Oriente.


No século XVIII, a vitivinicultura, tal como outros aspectos da vida nacional, sofreu a influência da forte personalidade do Marquês de Pombal. Assim, uma grande região

beneficiou de uma série de medidas proteccionistas - a região do Alto Douro e o afamado Vinho do Porto. No entanto, século XIX foi um período negro para a vitivinicultura devido a uma praga por filoxera, que apareceu inicialmente na região do Douro em 1865 e que rapidamente se espalhou por todo o país, devastando a maior parte das regiões vinícolas.

Recuperado deste período, Portugal deu nova ênfase à sua produção vitivinícola no início do século XX na Exposição Universal de Paris. Em 1907/1908, iniciou-se o processo de regulamentação oficial de várias outras denominações de origem portuguesas.

 

Da Vinha ao Copo...

O vinho resulta da fermentação das uvas, fruto da videira na qual o açúcar do fruto se transforma em álcool pela acção de microrganismos.

Este líquido tão apreciado requer alguns cuidados na sua toma diária.

Os adultos podem bebê-lo com moderação. No entanto, está proibido às crianças, uma vez que estas não têm o seu organismo preparado para degradar o álcool. Se o beberem poderá causar-lhes graves danos, quer a nível físico, quer a nível intelectual.

Os homens podem beber cerca de 2 copos de vinho (com cerca de 200ml) por dia, enquanto as mulheres apenas têm direito a um copo (com cerca de 200ml) por dia.

Existe a distinção entre bebidas alcoólicas fermentadas (onde se incluem o vinho, a cerveja, a cidra, a água-pé e todas as bebidas alcoólicas que resultem da fermentação de frutos) e bebidas alcoólicas destiladas (onde se incluem “aguardentes” e “álcoois” e “aperitivos”/ licores). Estas devem evitar-se no dia-a-dia, uma vez que possuem um elevado grau de álcool.

Do Fruto ao Prato...

As uvas são o delicioso fruto que dá origem ao vinho. Trata-se de um fruto largamente apreciado pela quantidade de espécies que o caracteriza, que possui diferentes castas e paladares.

No entanto, as uvas são um fruto muito calórico, que deve ser apreciado com moderação, para aqueles que apresentem alguns quilinhos a mais...

Podem comer-se, quer frescas, quer secas e diz a tradição que à meia-noite do dia 1 de cada ano que começa, devemos comer 12 uvas passas e pedir um desejo...

 

Desejo-vos também um bom início de ano lectivo, cheio de surpresas e com muita aprendizagem!

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