quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Hábitos Alimentares ao Longo da Vida

Quem se lembra da primeira vez que comeu?

Em relação aos mais novos devemos ter em conta que “É de pequenino que se torce o Pepino” e desde cedo devemos instruir e educar as nossas crianças a comer de tudo. Quando nascem devem comer exclusivamente leite (seja ele materno ou da farmácia).
A Diversificação Alimentar Inicia-se por volta do 4º ou 6º mês de vida, sendo nesta altura que se inicia o grande jogo da alimentação. Alguns especialistas recomendam que se inicie com a sopa, outros recomendam a papa láctea ou não láctea, de acordo com a alimentação que o bebé fazia até aqui.
Claro que “Quem não come fica com fome” e como tal, devemos ter alguns aspectos em atenção. A sopa dos bebés deve ser feita com um legume de cada vez, de forma a poder verificar-se se o bebé faz alguma alergia a algum legume, deve ser passada e sem sal, temperando-se no final, com azeite em cru. Mais tarde, a sopa poderá ter carne ou peixe e começar a ter vários legumes simultaneamente. O objectivo da diversificação alimentar é a criança começar a organizar o seu dia alimentar de forma semelhante à dos adultos. A diversificação alimentar, tal como o nome indica é uma forma de variar a alimentação, mas que deve respeitar algumas regras, pois pela “Boca pode morrer o peixe”. Isto quer dizer que se habituarmos uma criança a comer apenas arroz e batatas fritas, serão estes os alimentos que ela vai gostar no futuro. Assim como se for habituada a comer tudo passado, também terá que comer sempre a comida passada.
Muitas vezes os pais não se apercebem deste problema, mas se os dentes não desempenharem a sua função (mastigação) poderão atrofiar e fazer com que as crianças tenham muitos problemas com a dentição definitiva.
A variedade alimentar é muito importante, porque “Nem só de pão vive o Homem”, o que quer dizer que cada alimento é composto por várias substâncias necessárias ao organismo e que devem estar presentes na alimentação, sendo o maior segredo de uma alimentação saudável a variedade.
Muitas vezes os pais queixam-se da enorme dificuldade que têm em fazer os seus filhos comer. Para este problema devemos ter em conta que “Os olhos também comem”, sendo fundamental que o prato de comida tenha boa apresentação e que se coma em ambiente calmo, sossegado , de preferência com a televisão desligada. Diz-se que “Ovelha que berra é bocado que perde”, no entanto, a conversação durante a refeição é muito importante, até para se partilhar o dia que passou ou irá começar…
Actualmente as nossas crianças começam muito mais cedo a ter uma certa independência económica, porque a escola muitas vezes é longe, sendo necessário dar-lhes dinheiro. Relativamente a isto, os pais devem estar atentos e pensar que “O comer e o coçar vai do começar”, tentando sempre que possível enviar alimentos saudáveis de casa e questionando sempre os filhos sobre o que comeram.
“Diz-me o que comes, dir-te-ei quem és”. Se vigiar o seu filho frequentemente e o indagar acerca dos seus hábitos fora de casa poderá estar a contribuir para o seu bem-estar.
Claro que “Comer bem e bem beber dá saúde e faz crescer”, mas “Não comas por comer, podes-te vir a arrepender” e depois, “É como S. Benedito, nunca come e está sempre gordito!”! Hoje em dia, cada vez são mais as crianças que desde cedo começam a sofrer devido a doenças crónicas como a obesidade que embora não doa, vai deixando sequelas em todo o organismo, que se agravam com o avançar da idade. E como “Gordura já não é formosura”, lembre-se que o melhor aliado de uma alimentação saudável é o exercício físico, devendo incentivar o seu filho a praticar um qualquer desporto dizendo-lhe desde cedo “Pouca cama, pouco prato, muito sapato”.
Explique-lhe o porquê de comer de forma racional e equilibrada e que há dias de festa, em que pode comer um pouco mais de tudo, mas que no quotidiano tudo deve ser mais regrado e, “Onde manda a razão, obedece o apetite”.
Claro que muitas vezes há “Mais olhos que barriga”, mas tem que ensinar o seu filho a tomar decisões saudáveis.
Ao longo da vida, quando se envelhece muitas vezes verifica-se que as opções não foram as melhores e isto conjugado com a idade, a hereditariedade e muitos outros factores contribui para o aparecimento de certas doenças, que não se podem chamar da velhice, pois são, muitas vezes, a consequência da juventude. Nestas idades, muitas vezes existe uma grande resistência à mudança dos hábitos. Se pensarmos que os nossos idosos viveram em períodos difíceis e em que se passava fome, podemos muitas vezes compreender o que nos dizem como “Guarda que comer não guardes que fazer”. As refeições que fizeram foram muitas vezes escassas e deficitárias em muitos nutrimentos e se é certo que “Ninguém consegue ser sábio com o estômago vazio”, também nesta altura das suas vidas devemos estar ao seu lado e dizer-lhes que “Comer bem e bem beber ajuda a envelhecer”.

Susana Cardoso
Nutricionista

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