quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Diabetes mellitus - sangue doce e amarga consequência.

A Diabetes anda literalmente nas "bocas do povo". Toda a gente tem algo a dizer relativamente a esta doença mas o que muitos desconhecem, ou pelo menos ignoram, é que se trata de uma doença crónica, com necessidade permanente de cuidados e com uma evolução muito silenciosa e traiçoeira.

A palavra "Diabetes" caracteriza-se por ser um conjunto de "doenças caracterizada por excessiva produção de urina" (ver significado) sendo a mais comum a Diabetes mellitus, onde por definição há um aumento de glicose (açucar) no sangue.

Deverá estar especialmente atento a três sintomas clássicos da Diabetes: a Polidipsia (sede excessiva), a Poliúria (aumento do volume urinário, sem haver necessariamente aumento do número de micções) e a Polifagia (fome excessiva). Se tiver estes três sintomas, fale com o seu médico de família de forma a que ele possa orientá-lo da melhor forma.



Como aparece a Diabetes?
insulina é uma hormona produzida no pâncreas, que regula a concentração de açúcar (glicose) no sangue quando esta se eleva por alguma razão. Quando há uma alteração na produção ou na resposta à insulina no sangue com consequente aumento da concentração de glicose, pode ser que se esteja perante um diagnóstico de Diabetes mellitus. Existem várias formas desta doença. sendo as mais comuns, a Diabetes tipo 1 (onde há falha na produção e secreção de insulina para a corrente sanguínea, por destruição das células do pâncreas) sendo mais frequente o aparecimento em indivíduos mais jovens, havendo a necessidade de ser repor os níveis de insulina através de dispositivos própios sob a forma de injecções diárias. Por outro lado, na Diabetes tipo 2, há uma falha na resposta à insulina, fazendo com que o seu efeito seja ineficaz. Na tentativa de compensar este problema, o pâncreas secreta ainda mais insulina para conseguir controlar o açúcar no sangue, mas esta resitência à insulina ao longo dos anos, leva o pâncreas à exaustão total. Este tipo é mais frequente em adultos e idosos, associado frequentemente à obesidade.

Que cuidados a ter para prevenir o seu aparecimento e atrasar as complicações?
É importante que conheça bem a doença. Fale com o seu médico de família para que ele possa esclarecer as suas dúvidas. A prevenção passa pela adopção de um conjunto de medidas, nomeadamente a realização regular de exercício físico aeróbio (caminhadas, natação, aulas de aeróbica, dança, etc.), optar por uma alimentação equilibrada, evitando a ingestão exagerada ou simultânea de alimentos que contenham açúcar (pão, arroz, batata, coca-cola, bolos, etc.). Garantir o seu bem-estar emocional, para que de forma harmoniosa consiga lidar com a doença.

Qual o objectivo após o diagnóstico?
Pretende-se que o doente diabético consiga regular os níveis de glicose no sangue, juntamente com o apoio do seu médico. Com ele estabelecerá uma estratégia para tentar minimizar os efeitos desta doença. Se com as medidas não-farmacológicas não conseguir atingir o objectivo, há ainda um conjunto de fármacos destinados para o efeito.

Quais as complicações?
A diabetes compromete todo o organismo, e na maior parte das vezes de forma silenciosa. Lentamente vai lesando orgãos como os rins, os olhos e os nervos fazendo com que os rins comecem a trabalhar de forma menos eficiente, haja uma perda gradual de visão, e uma perda da sensibilidade à dor e temperatura, em particular nas extremidades (dedos das mãos e pés). Atinge também o coração e em algumas situações pode haver também disfunção sexual. Através da medicação não se evitam propriamente estas complicações, mas procura-se um atraso do seu aparecimento e evolução.

Ter Diabetes mellitus é como contar uma história. Há um início, um meio e um fim. Por isso, encare a sua doença com responsabilidade e vá contando a sua história da forma mais saudável possível. 
Para mais informações pode consultar este site aqui.

Hábitos Alimentares ao Longo da Vida

Quem se lembra da primeira vez que comeu?

Em relação aos mais novos devemos ter em conta que “É de pequenino que se torce o Pepino” e desde cedo devemos instruir e educar as nossas crianças a comer de tudo. Quando nascem devem comer exclusivamente leite (seja ele materno ou da farmácia).
A Diversificação Alimentar Inicia-se por volta do 4º ou 6º mês de vida, sendo nesta altura que se inicia o grande jogo da alimentação. Alguns especialistas recomendam que se inicie com a sopa, outros recomendam a papa láctea ou não láctea, de acordo com a alimentação que o bebé fazia até aqui.
Claro que “Quem não come fica com fome” e como tal, devemos ter alguns aspectos em atenção. A sopa dos bebés deve ser feita com um legume de cada vez, de forma a poder verificar-se se o bebé faz alguma alergia a algum legume, deve ser passada e sem sal, temperando-se no final, com azeite em cru. Mais tarde, a sopa poderá ter carne ou peixe e começar a ter vários legumes simultaneamente. O objectivo da diversificação alimentar é a criança começar a organizar o seu dia alimentar de forma semelhante à dos adultos. A diversificação alimentar, tal como o nome indica é uma forma de variar a alimentação, mas que deve respeitar algumas regras, pois pela “Boca pode morrer o peixe”. Isto quer dizer que se habituarmos uma criança a comer apenas arroz e batatas fritas, serão estes os alimentos que ela vai gostar no futuro. Assim como se for habituada a comer tudo passado, também terá que comer sempre a comida passada.
Muitas vezes os pais não se apercebem deste problema, mas se os dentes não desempenharem a sua função (mastigação) poderão atrofiar e fazer com que as crianças tenham muitos problemas com a dentição definitiva.
A variedade alimentar é muito importante, porque “Nem só de pão vive o Homem”, o que quer dizer que cada alimento é composto por várias substâncias necessárias ao organismo e que devem estar presentes na alimentação, sendo o maior segredo de uma alimentação saudável a variedade.
Muitas vezes os pais queixam-se da enorme dificuldade que têm em fazer os seus filhos comer. Para este problema devemos ter em conta que “Os olhos também comem”, sendo fundamental que o prato de comida tenha boa apresentação e que se coma em ambiente calmo, sossegado , de preferência com a televisão desligada. Diz-se que “Ovelha que berra é bocado que perde”, no entanto, a conversação durante a refeição é muito importante, até para se partilhar o dia que passou ou irá começar…
Actualmente as nossas crianças começam muito mais cedo a ter uma certa independência económica, porque a escola muitas vezes é longe, sendo necessário dar-lhes dinheiro. Relativamente a isto, os pais devem estar atentos e pensar que “O comer e o coçar vai do começar”, tentando sempre que possível enviar alimentos saudáveis de casa e questionando sempre os filhos sobre o que comeram.
“Diz-me o que comes, dir-te-ei quem és”. Se vigiar o seu filho frequentemente e o indagar acerca dos seus hábitos fora de casa poderá estar a contribuir para o seu bem-estar.
Claro que “Comer bem e bem beber dá saúde e faz crescer”, mas “Não comas por comer, podes-te vir a arrepender” e depois, “É como S. Benedito, nunca come e está sempre gordito!”! Hoje em dia, cada vez são mais as crianças que desde cedo começam a sofrer devido a doenças crónicas como a obesidade que embora não doa, vai deixando sequelas em todo o organismo, que se agravam com o avançar da idade. E como “Gordura já não é formosura”, lembre-se que o melhor aliado de uma alimentação saudável é o exercício físico, devendo incentivar o seu filho a praticar um qualquer desporto dizendo-lhe desde cedo “Pouca cama, pouco prato, muito sapato”.
Explique-lhe o porquê de comer de forma racional e equilibrada e que há dias de festa, em que pode comer um pouco mais de tudo, mas que no quotidiano tudo deve ser mais regrado e, “Onde manda a razão, obedece o apetite”.
Claro que muitas vezes há “Mais olhos que barriga”, mas tem que ensinar o seu filho a tomar decisões saudáveis.
Ao longo da vida, quando se envelhece muitas vezes verifica-se que as opções não foram as melhores e isto conjugado com a idade, a hereditariedade e muitos outros factores contribui para o aparecimento de certas doenças, que não se podem chamar da velhice, pois são, muitas vezes, a consequência da juventude. Nestas idades, muitas vezes existe uma grande resistência à mudança dos hábitos. Se pensarmos que os nossos idosos viveram em períodos difíceis e em que se passava fome, podemos muitas vezes compreender o que nos dizem como “Guarda que comer não guardes que fazer”. As refeições que fizeram foram muitas vezes escassas e deficitárias em muitos nutrimentos e se é certo que “Ninguém consegue ser sábio com o estômago vazio”, também nesta altura das suas vidas devemos estar ao seu lado e dizer-lhes que “Comer bem e bem beber ajuda a envelhecer”.

Susana Cardoso
Nutricionista

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Hiperactividade







A hiperactividade parece que entrou em força no vocabulário de pais, mães, professores(as), técnicos de saúde, entre outros! Muitas vezes, parece vulgar o uso e abuso desta palavra para descrever a actividade motora normal e desejável das crianças.

A hiperactividade, enquanto diagnóstico e perturbação do comportamento, tem características específicas e delimitadas. Interfere frequentemente com a dinâmica familiar, relacionamento com as outras crianças e aprendizagem dos conteúdos escolares.

Os pais e mães destas crianças manifestam regularmente sensação de cansaço e esgotamento, práticas educativas que oscilam entre a punição severa e o ‘deixa-andar’, sentimentos de culpa e insatisfação na relação com a criança. Por outro lado, a criança sente, por vezes, dificuldade em construir e manter relações de amizade, baixa auto-estima pela constante comparação com as outras crianças, dificuldades de aprendizagem, memória e concentração, assim como, uma verdadeira incapacidade de controlar o comportamento motor.

Por estas razões é necessário uma avaliação inicial pelo(a) médico(a) de família e posterior encaminhamento para outras especialidades médicas e/ou avaliação psicológica. O acompanhamento da família (pai, mãe e irmãos) também pode ser ponderado.

Quais os sinais de alerta?
DESATENÇÃO:
- dificuldade de prestar atenção a detalhes ou errar por descuido (nomeadamente nas actividades escolares e/ou lúdicas);
- dificuldade em manter a atenção em tarefas ou actividades lúdicas;
- parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra;
- não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas ou deveres profissionais;
- dificuldade em organizar tarefas e actividades;
- evitar o envolvimento em tarefas que exijam esforço mental constante;
- perder coisas necessárias para tarefas ou actividades;
- facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa e apresentar esquecimentos em actividades diárias.
HIPERACTIVIDADE:
- agitar as mãos ou os pés ou remexer na cadeira;
- abandonar a cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado;
- correr ou escalar em demasia, em situações nas quais isto é inapropriado;
- dificuldade em brincar ou envolver-se silenciosamente em actividades;
- estar frequentemente “a mil” ou muitas vezes agir como se estivesse “a todo o vapor”;
- falar em demasia.
IMPULSIVIDADE:
- respostas precipitadas antes das perguntas terem sido concluídas;
- dificuldade em esperar pela sua vez;
- interromper com frequência os outros e/ou se meter em assuntos de outros.

ATENÇÃO: Tanto a distracção como a actividade motora deve ser mais frequente e severa do que aquela que tipicamente é observada em crianças/adolescentes da mesma faixa etária. Estes comportamentos devem causar prejuízo e têm que estar presente em pelo menos dois contextos (por ex., em casa e na escola ou ATL).


A hiperactividade pode persistir ao longo da vida, mas a sua expressão varia com a idade. É uma perturbação sub-diagnosticada e pode ser tratada.


Se tem dúvidas, procure o(a) seu(sua) médico(a) de família.

Programar as Férias


Dilemas de férias:

Muitos pais e mães deparam-se, nesta época do ano, com um dilema – como gerir o quotidiano com as crianças e adolescentes desocupados das actividades escolares e os compromissos profissionais dos mais crescidos.

É muito importante que este seja um período para descansar, brincar e fazer o balanço do ano escolar terminado. Contudo, a pausa escolar é, normalmente, maior que o período de férias dos pais e das mães. Por isso mesmo, é importante programar o tempo, para que este seja bem usado e não se perder em planos de última da hora. Assim, e enquanto não chega o momento de reunião com a família nuclear e/ou alargada, onde juntos possam partilhar momentos de satisfação, aqui ficam algumas sugestões:

(1) organize um plano com as crianças/adolescentes – convide-os(as) seus(suas) filhos(as) a construir um plano de ocupação (podendo incluir algumas tarefas domésticas); este plano pode incluir um sistema de pontos em que as crianças podem ganhar algumas recompensas. Os horários podem ser diferentes da rotina do período escolar, afinal é um período de descanso. É aconselhável que o padrão de sono não seja significativamente alterado e que o número de horas de sono não seja reduzido. Evite a sobrecarga de tarefas; o tempo passado no computador, televisão e outros jogos interactivos deve obedecer a regras pré-estabelecidas, nomeadamente, frequência, conteúdo a ser visualizado e duração destas actividades.

(2) inclua um período diário em que possa brincar com a criança/adolescente e conversar sobre o que aconteceu durante o dia. As férias são especiais para as crianças e no imaginário delas é tempo para se divertir, mas também descansar. Dividir e partilhar esse sentimento com os pais faz com que elas se sintam mais próximas deles.

(3) procure, antecipadamente, informações sobre campos de férias que estejam programados na sua área de residência. Os campos de férias possibilitam o contacto com crianças/adolescentes da mesma idade e são promotores de importantes competências pessoais e interpessoais. Para os mais velhos, procure os programas ocupacionais existentes na área de residência, pode ser uma solução bastante interessante para adolescentes... o programa 'voluntariado jovem para as florestas pode ser uma opção' (aceda aqui ao programa). Consulte, ainda, no site da câmara municipal de Vila Nova de Gaia, o portal da juventude de Gaiaaqui.

(4) peça ajuda aos avós ou a familiares disponíveis na supervisão das brincadeiras. Quando a família tem o privilégio de contar com amigos ou familiares, pessoas que já tenham vínculo com a criança, a ausência dos pais e das mães é mais confortável.

(5) para mais informações sobre actividades divertidas e de baixo custo pode ainda consultar esta página.

Boas Férias

(imagem retirada da revista Pais & Filhos)